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Circuitos Templários |
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Percursos de descoberta do papel desempenhado pelos Templários na sacralização do mundo, com base nos preceitos geomânticos tradicionais legados ao ocidente pela antiguidade greco-latina, originando o território de uma autêntica geografia do sagrado. |
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Percurso 1: Tomar e o Projecto Templário | |
Tomar, à imagem de outras cidades consagradas, como Roma, Constantinopla ou até Lisboa, anda associada a sete colinas, como é o caso da intitulada Mata dos Sete Montes, palco dos conclaves iniciáticos dos templários e alegado refúgio para o seu enigmático tesouro. Uma tal sacralidade, sancionada pela geomorfologia, foi sendo povoada por elementos edificados, que a potenciaram como o reflexo imaginal do pólo teofânico conjuntamente venerado por Judeus, Cristãos e Muçulmanos: a Cidade Santa de Jerusalém. Tomar, essa Canaã em que as figueiras, as romanzeiras e as oliveiras se dão em harmonia (Deuteronómio, VIII, 8), é um prenúncio da Alegria, da Dor e da Graça portuguesas. O que se propõe é a revisitação da cidade de Tomar e do convento de Cristo a esta luz. |
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Percurso 2: O Mosteiro dos Jerónimos e a demanda do Preste João | |
É sobejamente conhecida a circunstância de a Custódia de Belém ter sido cinzelada com ouro proveniente de Calicute. Menos conhecido é, porém, o facto de as obras iniciais do Mosteiro dos Jerónimos terem sido custeadas com os proventos obtidos com a venda da primeira pimenta trazida da Índia. Ora, este detalhe aos olhos hodiernos curioso mas, porventura, insignificante, revestiu-se na época de enorme importância, porquanto, segundo uma tradição veiculada pela Carta do Preste João a colheita e preparação da pimenta constituía prerrogativa exclusiva desse monarca cristão do oriente, também responsável pelo envio a Belém, para adorarem o Deus Menino ali nascido, dos Reis Magos, os efectivos patronos deste convento sagrado no dia da Epifânia, isto é, 6 de Janeiro, festa daqueles Santos Reis. |
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Percurso 3: A Chave da Batalha: O projecto templário e o império português | |
Praticamente desde os seus alvores foi atribuído à dinastia de Avis (ou da Ave, isto é, do Paracleto!) um papel providencial que a propaganda, porventura mais sistemática a partir do reinado de D. Duarte, acabaria por sancionar, na intenção de operar uma sanctio dinástica in persona conditoris. Não terá, porém, sido despiciendo o contributo do próprio D. João na fixação da sua imagem como predestinado, messias, herói e santo. A planta da igreja do Mosteiro da Batalha, edificado para comemorar a vitória de Aljubarrota, tem a forma de uma chave. Opinam alguns autores que consubstanciará o testamento espiritual da dinastia de Avis, a qual, do mesmo modo que este convento dominicano, foi fundada por D. João I. Deste, a quem chamaram o Messias de Lisboa, comparando-o a Judas Macabeu, libertador bíblico dos israelitas, se afirma que, em Tomar, terá sido iniciado nos mistérios templários pelo Mestre de Cristo, D. Nuno Rodrigues. Este programa inclui ainda a visita à igreja da Abadia de Alcobaça e à ermida do sítio de Nossa Senhora da Nazaré. |
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Percurso 4: Da Egitânia Paleocristã à Idanha Templária | |
Em 1197, Dom Sancho I confirmou aos templários, na pessoa do mestre Dom Lopo Fernandes, a doação de Idanha-a-Velha (Egitânia), que lhes fora entregue, em 1165, por Dom Afonso Henriques. A regalia, aparentemente apenas administrativa, servia na perfeição a estratégia da Ordem do Templo, sustentada na contínua consagração dos territórios sob a sua alçada, permitindo aos cavaleiros-monges enquadrar uma herança cultural milenar. A Torre de Menagem do castelo local, construída sobre a base (podium) de um templo romano dedicado a Vénus, pode servir de exemplo. Mas a mesma constatação é válida para o edifício da Sé catedral egitaniense, sede de um bispado visigótico, depois mesquita e, finalmente, comenda templária. Isto sem esquecer as inúmeras heresias, como a monofisita e monotelista, a ariana e gnóstica bem como a priscilianista, cujo rasto ainda é falante em toda a região. |
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Percurso 5: O Infante Henrique de Sagres e o Projecto Templário | |
O nome do Infante Dom Henrique ficou indelevelmente associado ao promontório de Sagres, sagrado como o próprio nome indica, desde uma antiguidade assaz remota. E se é duvidosa a instalação ali de uma escola, onde pilotos e navegadores se submetiam a uma aprendizagem teórica, como pretenderam alguns autores românticos, existe fundamento para crer que o Infante visitava e permanecia regularmente na região, possuindo nela propriedades e interesses, de resto, tanto ele, quanto a Ordem de Cristo para quem requerera à Santa Sé todas as principais prerrogativas antes templárias. No decurso da visita aos mais carismáticos locais onde o Infante Henrique de Sagres e seus escudeiros e cavaleiros estadeavam no aro vicentino, será analisado o modo como se processou a sua adesão ao ideário e projecto Templários, bem assim como as estratégias que adoptou para lograr concretizá-los. |
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Percurso 6: A Igreja e o Convento de Nossa Senhora da Luz, da Ordem de Cristo (Carnide) | |
A casa conventual em apreço (actual sede do Colégio Militar), assim como a respectiva igreja, muito arruinada pelo terramoto de 1755, foram expressamente edificadas pela Infanta D. Maria com destino à Ordem de Cristo, depois de esta haver sido reformada pelo Padre Frei António de Lisboa, em 1529. Não obstante, a acção nefasta do aludido clérigo sobre a estrutura e praxis manifestas da instituição, a igreja do Convento de Nossa Senhora da Luz preserva, decerto miraculosamente, um número significativo de testemunhos materiais susceptíveis de evocar o quanto da missão confiada à Ordem Templária de Portugal falta cumprir. |
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Percurso 7: Soure, Pombal e o Convento do Louriçal | |
Duas das mais importantes casas da Ordem do Templo em Portugal são o principal pretexto de um itinerário que contemplará, igualmente, a revisitação de alguns dos lugares frequentados por Anselmo Caetano de Abreu Gusmão Castelo Branco, químico hermético e autor do tratado de Alquimia intitulado Ennoea (1732-1733), bem como uma visita ao mosteiro de monjas clarissas do Louriçal, fundado por Dom João V sob a invocação do Santíssimo Sacramento, no qual pontificaram as alumbradas Madre Maria do Lado e Soror Maria Joana, também notáveis visionárias do Quinto Império. |
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Percurso 8: O Castelo de Almourol: Mistério e magia de um castelo Templário | |